terça-feira, 28 de setembro de 2010

Como me tornei mais uma Tricolor


1992. Minha mãe estava grávida de 3 meses da Jéssica, a irmãzinha que eu sempre quis ter. Não via a hora dela nascer. Perguntava aos meus todos os dias: quando a Jéssica vai sair da barriga da mãe?
Dia 13 de dezembro de 1992: Acordei de madrugada com o barulho do meu pai chorando. “O que aconteceu? A Jéssica nasceu? Hein, mãe, é por isso que o pai ta chorando?” Lá fora, rojões explodiam e meus primos subiam no telhado festejando algo que eu não conseguia entender. Com os olhos cheios de lágrimas, meu pai me respondeu: Ela ainda não nasceu, Dani, mas vai nascer sabendo que o São Paulo é o maior time do mundo!”
A partir daí, todos já sabem, me tornei insuportavelmente uma fanática. Ou melhor, uma “SPFCFANÁTICA”!
Mas antes disso, muito aconteceu. Em sua segunda passagem pelo gigante, Telê Santana retornou em 1990 para tornar o São Paulo em time internacional. Com sua filosofia rígida, não aceitava erros. Cobrava de Cafu a perfeição nos cruzamentos, e um dia ouviu do mesmo: “Faça o senhor então!” Telê não se irritou. Pegou a bola de Cafu e fez 5 cruzamentos perfeitos.
Em 1991, seu Telê deu toda a confiança ao até então chamado “irmão de Sócrates”, tornando-o em “Raí, o terror do Morumbi”. E em 9 de junho deste ano, com Zetti, Zé Teodoro, Antônio Carlos, Ricardo Rocha e Leonardo, Ronaldo, Bernardo, Cafu e Raí, Macedo e Müller, o Tricolor conquistou o 3º brasileiro de sua história.
Em 15 de dezembro de 91, mais um campeonato Paulista conquistado, e depois de 5 anos fora, o SP estaria novamente de volta à Libertadores da América, em 1992. E fomos à final.
10 de junho de 1992 – 1º jogo: Newell’s Old Boys 1 x 0 São Paulo, em Rosário, na Argentina.
17 de junho de 1992 – 2º jogo: São Paulo 1 x 0 Newell’s Old Boys, no Morumbi, diante de 105 mil pessoas dentro do estádio e 15 mil do lado de fora. E foi nos pênaltis (com o último defendido pelo Zetti) que o São Paulo cravou a primeira bandeira tricolor no alto da Cordilheira.
Em 5 de dezembro de 92, 90.688 pessoas no Morumbi para o final do Paulista, que ganharíamos mais uma vez em cima da porcada, depois do Mundial. Comemoração? Só para a torcida. Para o escrete tricolor, o jogo contra o Barcelona seria o mais importante de suas vidas.
O discurso de Raí: “Barcelona é um grande time, conhecido mundialmente e que deve ser respeitado. Mas lá não há a amizade e o companheirismo que há aqui. E isso fará a diferença.”
O discurso de Toninho Cerezo: “Onde está o champanhe? Comemorei todos os títulos da minha carreira com champanhe, e agora não abrirei mão disso”
Aos 12 minutos, Stoichkov engavetou no ângulo de Zetti. Desistir? Jamais, esse é o time da fé. 15 minutos depois, Müller driblou Ferrer duas vezes e cruzou na área, para Raí marcar. Até hoje ele não sabe com que parte do corpo marcou o gol.
2º tempo: Palhinha sofre falta na entrada da área, pelo lado direito. Raí cobrou , tocando para Cafu, numa jogada ensaiada. Os dois enganaram o arqueiro Zumbizarreta, que escancarou o gol para Raí. “Foi aquele jogo, que teve aquela falta e aquele abraço do Raí”.
“Pai, agora eu vou ser são paulina pra sempre, tá?
(continua na semana que vem...)

6 comentários:

  1. E eu era praticamente um bebê nesse ano, três aninhos só, mas assim como vc já tava certa que torceria para aquele time do gol de falta do Raí! hehe... Não tem como não se emocionar com a história do SPFC e pra mim que sou novinha, 92 e 93 são um marco!

    Lindo, lindo texto, Dani! Parabéns, continue assim!

    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Nossa que texto lindo, confesso que chorei.
    Ah é tão bom ver histórias de são paulinas!
    Muito Bom!

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Ótimo texto Dani!
    Você é realmente uma grande fã do São Paulo!

    Abraços!

    Cidinha

    ResponderExcluir
  5. Lindo Dani! Estou ansiosa para saber o resto dessa história! E como é bom lembrar, mesmo que seja só dos Flachs, da época do mestre Telê Santana.

    ResponderExcluir
  6. Bem bacana a história, Telê Santana emocionva qualquer pessoa. Parabéns pelo texto, Dani!

    ResponderExcluir