Ficou um pouco difícil pra eu contar minha história de tricolor depois da Mayra (@Maayy_may) ter contado a dela, já que somos irmãs e nascemos na mesma família. Mas temos opiniões, visões e versões diferentes de tudo o que aconteceu.
Como ela lhes contou, somos são paulinas graças ao nosso bisavô, que colocou no mundo mais 12 são paulinos, o homem era uma máquina de fazer filhos, mas acalmem-se, as três primeiras meninas eram do primeiro casamento, e foi deste primeiro casamento que nasceu minha avó Cercina Silva Soares. Esta foi a primeira fanática Soares, se casou com meu avô, mineiro e torcedor do galo. Quando veio pra cidade de São Paulo virou santista ou pelézista, não sei, mas mesmo assim seus dois filhos (meu tio Osvaldo Soares e meu pai Carlos Henrique Silva Soares) são e sempre foram são paulinos.
Meu pai e seus primos eram muito fanáticos, são os tipos de torcedores que gritam, choram, amam, correm, ficam roucos, e entregam toda sua emoção antes, durante e depois do jogo. (bonito o negão né? fala sério!!rs)
Essa que apresentei agora é a família de meu pai, certo?
Bem, a família de minha mãe tem uma história trágica, mas ela saiu dessa fria, graças a Deus e a meu pai.
A família de minha mãe é torcedora das galinhas, mas ela sempre foi muito inteligente, e aos nove anos após um jogo em que o “timão” tinha perdido é claro, viu sua tia chorando por causa do time, e disse:
- Eu não vou torcer mais, o Corinthians só perde, não quero ser corinthiana mais.
Quando minha mãe me conta essa história, sinto uma alegria no coração, minhas veias pulsam, e sinto um alívio na alma. Seria horrível uma mãe corinthiana.
Meus pais se conheceram e se apaixonaram, minha mãe não torcia pra time nenhum, com o tempo foi se identificando com o tricolor, assistindo todos os jogos e torcendo pra contar pro meu pai que trabalhava muito.
E como todo homem fanático por futebol, meu pai queria um filho homem, e em 1988 nasceu a Mayra Soares =/.
Ele colocou o macacão do São Paulo nela e tudo resolvido.
Ele esperou mais um menino, e em 1990 eu nasci =/² .
Nasci e ele colocou o macacão do São Paulo em mim.
Sou uma são paulina muito gloriosa, em 1991 eu tinha 1 aninho, e ganhamos o brasileiro, 1992 a Libertadores e o Mundial, e minha mãe que dizia não torcer pra ninguém se apaixonou pelo futebol de Palhinha. Foi ela quem assistiu comigo e com a May do lado, eu ainda falava tudo errado e era um pouco desequilibrada com minhas perninhas gordas, mas minha mãe me ensinava a pular, gritar e sorrir a cada gol do SOBERANO.
Em 1993 eu tinha aprendido a lição, mas este ano meu pai estava do meu lado também, e como todos estamos cansados de saber e de exibir no peito nossas estrelas, fomos campeões.
Nos mudamos para a cidade de Caieiras em 1992, aqui na rua de casa todas as meninas da idade da Mayra (que começou a ir pra escola e fazer amizades) eram corinthianas e um dia a Mayra falou:
-Pai todas as meninas são corinthianas eu também posso ser?
Meu pai logo jogou a real:
- Você quem sabe filha, mas só uma coisa, Deus não gosta de corinthiano, e você nunca vai ganhar um campeonato importante!!
Eu estava ao lado, olhei pra May e ela pra mim, nunca mais isso passou pela cabeça dela, na minha já não tinha passado, e agora muito menos.
Em 1995 veio o menino tão esperado por meu pai, meu maninho.
Mas acho que meu pai quis tanto que os primeiros filhos fossem homens, que hoje eu e a May gostamos muito mais de futebol do que nosso irmão (Caíque).
Cresci e aos meus quinze anos fui tricampeã Mundial (2005), sempre gostei de futebol, mas confesso que a paixão verdadeira me ajudou a entender um pouco mais sobre meu clube.
Em 2007 conheci meu namorado, um cantor e louco pelo São Paulo. Pensei “ganhei na mega sena”, rs.
Foi fácil para nos apaixonarmos.
Hoje sou uma torcedora mais fanática e mais apaixonada que antes, e a tendência desse amor é só a de crescer. Sou a torcedora da fé, tenho pressentimentos e previsões, algumas são erradas, mas no que depender de mim dará certo.
Muitos amigos torcedores de outros clubes acham que torço pelo SOBERANO por influencia de meu pai ou do meu namorado, mas não, desde quando comecei a entender de futebol, conhecer a história e os títulos do São Paulo torço de coração, e principalmente com consciência. Torço porque sei que és o melhor, torço porque penso, porque gosto de torcer pra quem tem capacidade de vencer, pra quem tem méritos, e não pra maioria burra chucra, que quando vence, vence cheia de privilégios.
Para assistir um jogo importante, tenho que estar uniformizada e quem estiver comigo me acompanha. Visto papai, mamãe, meu irmão, a May, o namorado, e a vovó também entra na dança. Sento no meu lugar preferido e xingo o narrador, costumo discutir com o comentarista e falar mal da arbitragem.
Torcer pelo São Paulo me dá prazer, é algo que faz parte de mim.
Ser são Paulino é ser inteligente, é ser diferente,é ser único, é ser bom, mas tão bom a ponto de se tornar SOBERANO.
Como eu te amo tricolor, como eu te amo demais.....